23.1.08

Educação para ter


Recebi recentemente algumas imagens de mansões como sendo de dois brasileiros: uma de um jogador famoso e outra de um religioso.
A do jogador mais parece um hotel de inúmeras estrelas e a do religioso um castelo de algum nobre europeu, herdado de antigas realezas.
Muito me impressiona tais imóveis pertencerem a brasileiros nascidos em famílias pobres e que hoje adultos, com enormes fortunas e deseducados são capazes de investirem seus reais ou dólares neste tipo de compra.
Penso que para administrar bens precisamos ser educados. Falo de educação moral da criatura espiritual que somos. É vergonhoso num país tão necessitado como o Brasil, num planeta com tantas misérias como a Terra, homens e mulheres se encontrarem tão materialistas, exibicionistas e mal educados a ponto de possuírem tais bens e exibi-los às sociedades famintas, desnutridas, doentes, sem escolas. Chega a ofender o bom senso.
Não sou contra o belo e o harmonioso, e sim à ostentação, o acúmulo quando há tantos sem nada. E não venha tentar me convencer de que a democracia possibilita aos bons sobressaírem-se.
Num momento em que a ciência derruba leis materialistas e afirma que tudo no universo se encadeia. Que influenciamos e somos influenciados a todo instante. Num país em que o povo se apresenta como religioso e seguidor de evangelhos que divulgam os ensinamentos de Jesus, que nada acumulou ou exibiu de material, muito me assusta essa dicotomia entre a fala e as ações dos brasileiros. Dos brasileiros sim, porque se há os que acumulam tais fortunas, há quem as criem e na maioria das vezes usando da infantilidade ou ignorância da malta também deseducada que estimulam direta ou indiretamente essa realidade.
Nossa real necessidade não é a criação de mais escolas, necessitamos basicamente de investimentos numa educação moral do povo brasileiro, em todas as faixas etárias para que o pensamento e ideais da nação evoluam. Para que as alegrias, prazeres, cultos, estilo de vida, sejam alterados num processo educativo, onde juntos trabalhemos para a construção de bens materiais, morais e espirituais comuns. Onde o poder, o belo, o harmonioso seja direito e real na vida de todos sem distinção.
Aí então teremos entrado num novo milênio de sucessos e realizações.
Mas enquanto isso não acontece, vamos nos indignando com o mal uso da fortuna de alguns brasileiros.

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